BOAS VINDAS!!!!

O amor é uma poesia que o tempo não acaba. Acreditando na sabedoria Divina, teremos consciência do belo e com ele poderemos semear o AMOR. Pois na construção da PAZ se faz necessário amar acima de tudo. Porque a VIDA é uma canção poética, numa melodia de SOLIDARIEDADE na esperança de um tempo melhor.Ame sem preconceito.Viva para semear a paz. Acredite no amor amigo. No tempo aprendi a amar. Amando, a inspiração me fez poeta e compreendi que o amor é a razão da vida.

Para os amigos com carinho, um pedacinho de mim.
SEJAM BEM VINDOS!!!

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

MARIA E A CHUVA/MALU MOURAO

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CONTO

Maria e a Chuva                                           Malu Mourão


Num dia frio de inverno rigoroso, as nuvens escurecidas anunciam forte chuva.
Maria, da janela de seu apartamento, observa o movimento lá fora. Pessoas apressadas passam umas pelas outras sem se cumprimentarem "- parecem robôs"; prédios cinzentos se agigantam escondendo mundos, pessoas e ideia; buzinas denotando a impaciência e o estresse de um trânsito caótico, onde um guarda, com gestos sincronizados, tenta controlar uma situação quase que angustiante.
Como a vida na cidade grande é agitada! - pensou.
E sem perceber, outro pensamento lhe vem assim de mansinho.
Ah, tempos de infância!
Quando ela era criança, ficava assim a esperar a chuva, com aquela ansiedade de um grande feito. Pois a fartura vinha a esbanjar na despensa da pequena fazenda do sertão onde morava.
Lembrou de seu velho pai, Sr. Anastácio, preparando as terras; sua mãe, Dona Filomena, sempre cuidadosa em seus afazeres; a Alzira, uma moça que ajudava nos trabalhos caseiros, com aquele seu ar de ingênua, mas bem humorada, que sempre cantarolava enquanto lavava a roupa, e do Joaquim, o homem que ajudava seu pai com os animais. Lembrou da relva nascendo e enfeitando de verde os campos, refletindo o colorido arco-íris vindo da ribanceira do rio Jaguatirão, onde ela e seus irmãos brincavam e pescavam com aquela alegria de inocência campestre. Recordou a sinfonia dos pássaros ao amanhecer e do mugido do gado ao entardecer.
Um sorriso de saudade enfeita sua face, mas o som estridente da campainha tira-lhe as recordações e Maria se vê no presente. Seu esposo chegara. Olhou para seus filhos, Lucas e Danielle, que preparavam as mochilas escolares e foi abrir a porta.
Tinha uma família feliz, com costumes bem diferentes.
Depois do almoço, ela e Marcos - o esposo - levaram as crianças para o colégio e depois seguiram para o escritório no centro da cidade, onde ela, no expediente da tarde, ajudava o esposo. Ambos eram advogados e tinham uma seleta clientela.
A chuva que começara a cair, bate no vidro do carro e arranca de seus lábios um sorriso e um pensamento – A chuva em mundos diferentes.

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